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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Jeitinho brasileiro, Lei de Gerson: Como começou isso tudo.

Todos estão sentindo na pele como está difícil conviver com tanta gente sem educação andando por aí. Pode ser no trânsito, na trabalho, na escola, nas atividades de lazer e até na própria família ! Seu sangue !
Tem muita gente medíocre, malandra, se dando bem às custas da desgraça alheia. Gente comum, como eu e você, políticos, formadores de opinião, até escritores de livros e de novelas. Falando em novelas, você tem assistido a das nove horas na emissora Global ? Tá bom, toda novela tem que ter um vilão, mas você notou a quantidade de vilões que ensinam seus truques sujos diariamente nesta novela em especial ? Tem mais vilão se dando bem do que gente boa ralando prá ganhar a vida. Aliás, quase não se vê esses últimos, os 'otários' na novela. Sim, 'otários', 'babacas', é desse jeito que o personagem Léo trata aos 'moçinhos' que levam uma rasteira sua.
Mas isso sempre foi assim ?  Mais ou menos. Esse comportamento vem se manifestando desde lá dos idos de 1940. Foi notado e satirizado fortemente nas tirinhas do cartunista Péricles na figura do 'Amigo da Onça' (malandro, sacana e com cara de boa pinta) que vinham encartadas nas páginas da revistra 'Cruzeiro' em 1943 ( depois virou 'O Cruzeiro' e era uma espécie de Fantástico, só que em papel). O Amigo da Onça representava o estereótipo atual do brasileiro, ou seja, o 'cara' malandro e que quer tirar vantagem de tudo, especialista em colocar os amigos em situações constrangedoras. Virou o famoso 'jeitinho brasileiro'.
Falei 'tirar vantagem de tudo' ? Isso nos leva então ao segundo acontecimento que colaborou no reforçamento desse comportamento do brasileiro - a 'Lei de Gerson'. A respeito disso, prefiro que voce leia o que o colega e blogueiro CLEYTON BRUNO DA CRUZ TIOYAMA escreveu no seu blog, o Quero Pensar, em 18 de outubro de 2010. Transcrevo o seu texto logo abaixo:

" É triste ver como anda a educação do brasileiro. Um dos males que mais aparecem em todo canto e todos tem o desprazer de presenciar é a lei de Gerson. Mais conhecido como o jeitinho brasileiro. Curioso como essa falha na educação, que forma falsos espertos, nos remete aos tempos de crise. Pesquisei sobre a origem dessa “lei” e a história me levou aos tempos da Ditadura. Conversando com algumas pessoas que viveram a época da ditadura fiquei sabendo da origem da lei de Gerson, o jeitinho brasileiro. A lei de Gerson surgiu quando o jogador da seleção brasileira, Gerson de Oliveira Nunes, conhecido como “Canhotinha de Ouro”, fez uma propaganda na televisão para a marca de cigarro Vila Rica, em 1976. Ele dizia que essa marca era boa porque era melhor e mais barata que as outras, finalizando a propaganda com um “Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também.”. O vídeo gerou polêmica e até tentaram consertar, mas era tarde demais… Confira a propaganda:

Quando eu cresci, desculpem-me pela palavra, a merda já estava feita. Nas escolas as crianças pareciam estar com este pensamento no DNA. Todo mundo querendo levar vantagem em tudo, desde o olhar desatento da professora, que dava espaço ao “espertinho” para azucrinar outros alunos, até comer de graça na cantina porque a vendedora estava atendendo muita gente para poder controlar. Para todas as pessoas que me falaram sobre o surgimento da lei de Gerson na ditadura eu fiz duas perguntas: “por que você diz que surgiu na ditadura?” e “Qual seria a solução para este problema?”. A resposta da primeira pergunta foi bem interessante, veio de um colega de trabalho. Ele disse que na época da ditadura existia muita restrição a tudo e o povo tinha que dar um “jeitinho” de resolver seus problemas sem alarmar. O exemplo que ele me deu foi espetacular:
"Existia naquela época um negócio que se chamava toque de recolher. Depois de determinada hora, a gente não podia mais ficar nas ruas, os comércios fechavam, São Paulo parava.
Nos finais de semana, postos de gasolina não abriam. Quando alguém passava mal a gente saía batendo nas portas dos vizinhos e pegava um pouco de gasolina de cada um para conseguir levar a pessoa ao hospital.
E quando parente morria então? O que acontecia, e aqui nascia o jeitinho brasileiro, é que os vigias que guardavam os postos eram gente como a gente né? Eles estavam lá, com o posto fechado, a gente conversava com ele. Não lembro bem o valor da gasolina na época, mas se era, por exemplo, um real por litro, a gente fechava com ele por um e vinte e ele olhava para um lado, olhava para o outro, mostrava um canto escuro para a gente encostar o carro sem ninguém ver e a gente ia transferindo o combustível em garrafas de um litro, porque ainda não existiam garrafas de dois litros, ou em baldes até encher o tanque. O jeitinho não era algo malicioso, para se dar bem em cima dos outros, era só a necessidade de resolver os problemas, de uma maneira não oficial."
Pois é, o pior, hoje, é que essa molecada toda está incorporando esse jeitinho de modo errado. Fazendo todo tipo de malandragem e dizendo no meio dos amigos “aí galera, sô malaaaandro tá ligado? Esperto pra cachorro!” e se vangloria. Mas essa molecada está esquecendo de um valor do ser humano extremamente gratificante que é a honestidade, a tranquilidade de botar a cabeça no travesseiro à noite e saber que não fez mal a ninguém, ou melhor, que fez o bem a alguém sem pedir nada em troca.
Mas e a solução? Bom, essa resposta foi unânime e está na boca de todos os indignados com esse mal da nossa sociedade de hoje: educação, educação e mais educação. Podemos não resolver de primeira com nossos filhos, mas minha mãe plantou a semente da honestidade em mim, e eu vou plantar em meus filhos, dessa forma acredito que mais umas duas ou três gerações pra frente a gente já ensina essa criançada a gratidão que se sente em ter a honestidade na frente da “esperteza”. "

Bom, depois dessa postagem, você já deve estar percebendo qual será a linha a ser seguida pelo UpSide Down nos nossos próximos encontros. Concordamos em gênero, número e grau com o Cleyton Bruno, autor do texto acima. A solução para todos os problemas do nosso país é: educação, educação e mais educação. O resto sai na urina.

Um comentário:

  1. Rapaz, foi um excelente alento ler esta postagem, ao perceber que ainda existe muita gente disposta a dar a "cara a tapas" e dizer não a essa estupidez de querer levar vantagem em tudo. Concordo em gênero, número e grau com o que foi dito no texto. Deprimente observar a que ponto chega a mesquinharia de alguns...

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